domingo, 16 de setembro de 2018

As águas minhas nas margens tuas.

Quero mãos, olhos, palavras.
Eu os tive em noite de sol. 
Roxas violetas dos jardins
eram esperanças girassóis.
Perdi-os pelas verdes esquinas
nas traquinagens dos confins.
Procuro-os em topos de árvores,
nas melodias azuis do ontem,
nos sorrisos saudosos do tempo,
nos castelos vazios de minha alma,
onde teu nome era oferenda, agalma.
E tuas mãos e braços, longos galhos,
árvores de abraços e agasalhos.
Nas roxas violetas das noites minhas,
os teus olhos eram a parelha dos meus.
Eles se confundiam na luz e na cor,
ao cruzar na tela o fio do sonho multicor
da vastidão da espera e da ilusão.
E entre olhos, mãos, palavras em fusão,
nunca sabia se as águas, que cortavam
os meus rios, eram águas tuas,
ou se minhas águas, rios das tuas. 
E entre imagens, palavras, braços,
entre rios a cruzar mares de abraços,
vivi o vivo entrelaçar entre mim e ti.
Na incessante busca das águas minhas,
perdidas nos encantos das margens tuas.
Autora: Tania Rocha Parmigiani
Inspirado no poema de José Eduardo Martins
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